De repente as coisas mudam

Nada é pra sempre. Nem mesmo o tão falado amor de deus.
Pois se ele ama o pecador, mesmo odiando o pecado, o amor dele acaba depois da morte.
Porque um pecador que não deixa o pecado, voluntária ou involuntariamente,
depois da morte será condenado ao fogo eterno.
Esse mesmo que deus amava, vai queimar eternamente em sofrimento.

Se o amor de deus acaba, imaginemos o nosso.
Começo a imaginar que o único amor eterno é o amor próprio.
Mas até esse acaba. Pois nem ele tenho mais.
Meu amor pela vida é tão frágil e pequeno que quase não importa.

Mas não amo a morte, apenas admiro-a.
Ela é incrivelmente sedutora e aterrorizante.
Por ela estar tão próximo a mim é que valorizo a vida!

Mas queria falar do amor. Que palavra chata!
Pensei ter conhecido todos os sentimentos, mas na verdade não.
Ou então ele não existe. E o que pensei ser amor tem outro nome.
E se tem outro nome, não existe só um sentimento significando amor.
Ou seja, amor é apenas uma palavra pra resumir outros sentimentos.
Amor é igual a sentimento, não é um sentimento.
Por isso deus que é amor, nos ama, mas depois nos odeia.
Porque só muito ódio pra ver e deixar outro ser sofrendo eternamente.

Creio que perdi um sentimento capaz de equilibrar muitas coisas.
O medo! Ou pelo menos tenho grande controle sobre ele.
Mas com isso sinto-me livre!
Capaz de andar e experimentar os caminhos.
Esperando apenas o fim de tudo.